Em meio a um mercado consumidor cada vez mais informado, buscando práticas éticas e conscientes dentro da produção e dos negócios, a sustentabilidade vem pautada como um tema de suma relevância dentro do setor privado. Nesse mesmo contexto, destacamos a papel central dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para um maior desenvolvimento empresarial.
A Domani Consultoria acredita na intersecção entre crescimento econômico e sustentabilidade, e por isso, trazemos informações para a conscientização das empresas como grandes agentes de ação na Agenda 2030 da ONU.
O que são os ODS e a Agenda 2030?
Em setembro de 2015, líderes mundiais se reuniram na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, com o objetivo de traçar novos planos de implementação internacional para os próximos 15 anos, em rumo à sustentabilidade.
O sucesso dos Objetivos do Milênio (2000-2015) haviam mostrado que o estabelecimento de propósitos concretos é uma maneira eficaz de atingir resultados. Partindo do mesmo princípio, foram pensados 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com 169 metas, os quais constituem a denominada “Agenda 2030”: plano de ação internacional em prol da sustentabilidade, agora e no futuro, direcionado aos cinco “P’s” - pessoas, planeta, parcerias, paz e prosperidade. Com a proposta, os países e seus líderes comprometeram-se a tomar medidas ousadas e transformadoras a fim de promover o desenvolvimento sustentável nos próximos 15 anos, sem deixar ninguém para trás.
O conceito de Desenvolvimento Sustentável proposto pela ONU, embora mais comumente atrelado à questão ambiental, propõem, na verdade, a harmonização e mesclagem de três esferas principais:
crescimento econômico
inclusão social
proteção do meio ambiente
Assim, os 17 objetivos giram em torno dos propósitos de forma interseccional e indivisível, demandando, além de uma ação integrada em diferentes áreas de atuação, parcerias globais e um compromisso de cooperação entre as comunidades - destacado no ODS 17, “Parcerias e Meios de Implementação”.
Empresas como agentes de ação: quais são os benefícios?
Atuando tanto na dimensão econômica como na ambiental e social, as empresas - junto a governos, academias e Sociedade Civil - encontram-se na linha de frente como principais agentes de atuação rumo à Agenda 2030 e aos ODS.
O setor privado possui um papel crucial como fonte de financiamento, como impulsionador de inovação e desenvolvimento tecnológico e como motor essencial do crescimento econômico e do emprego. Assim, é indissociável a relação entre o empreendedorismo e as diferentes vertentes que remetem ao tema sustentabilidade, como: pobreza, saúde, educação, desigualdade social, mudanças climáticas e degradação ambiental.
É importante destacar que as necessidades humanas, assim como as ambientais, estão diretamente atreladas às necessidades empresariais. Em contexto de pandemia, podemos observar nitidamente essa relação: o lucro empresarial depende do cenário social, isto é, de uma população saudável e com poder de compra, além da cooperação entre Estados e comunidades. Dessa forma, assim como a ação do setor privado é primordial para a Agenda 2030, a sustentabilidade é a base para o crescimento econômico futuro e atual.
O relatório Better Business, Better World (Melhores Empresas, Melhor Mundo) da Business & Sustainable Development Commission (Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Empresarial), publicado no início em 2017, aponta falhas existentes no nosso atual modelo econômico - baseado na incompatibilidade entre crescimento e sustentabilidade - que podem trazer impactos significativos a longo prazo. Com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos, o estudo prevê oportunidades econômicas no valor de pelo menos US$ 12 trilhões e até 380 milhões de empregos por ano até 2030.
Do ponto de vista empresarial, é importante entender as implicações dos ODS e entender o que representam para o seu negócio:
Não agir é um risco: As empresas sustentáveis - inclusivas e com visão do futuro - são vistas como as mais competitivas. Assim, não se adaptar a novos modelos empresariais, adequados a orientações estratégicas nacionais e internacionais, é um risco para as vendas frente a concorrentes alinhados.
As novas gerações de consumidores valorizam empresas éticas: Com maior acesso a informações, o consumidor encontra-se cada vez mais alinhado com valores de ética, inclusão e sustentabilidade, e exige tais valores de uma empresa. Por isso, companhias que possuem, por exemplo, selos e certificados ecológicos em seus produtos, assim como programas de inclusão social, passam a ter maior visibilidade e familiaridade com o consumidor.
Inovar é crucial: Empresas que não inovam com novos projetos e novas visões, de acordo com as necessidades do comprador e com o meio em que vive, possuem dificuldade em questão de desenvolvimento e crescimento a longo prazo.
A sustentabilidade e o empreendedorismo não se anulam, mas se completam: O modelo econômico proposto pelos ODS reflete em um mercado mais positivo para investimentos, com maior poder de compra da população e parcerias corporativas. Além disso, propõem um ambiente de trabalho mais diverso, saudável e não discriminatório, o que resulta em melhores desempenhos.
Exemplos de boas práticas no Brasil
No Ranking Global 100 - pesquisa elaborada pela Corporate Knight, traçando as 100 empresas mais sustentáveis do mundo - de 2020, o Brasil foi representado por 3 empresas de referência: Banco do Brasil (9°), CEMIG (19°) e Natura Cosmeticos (30°). Tendo em mente que boas práticas de sustentabilidade servem de exemplo e inspiração para que caminhos semelhantes sejam traçados, destacamos 2 companhias que vêm se posicionando como agentes de ação por mudanças éticas no empreendedorismo brasileiro: Magazine Luiza e Natura.
Trainee Magalu 2021: inclusão racial
O Magazine Luiza, companhia varejista brasileira de eletrônicos e móveis, criou, em 2020, o primeiro programa trainee do Brasil voltado 100% para pessoas negras. O Trainee Magalu 2021 é um programa de 12 meses de aprendizagem, competências técnicas, comportamentais e uma visão holística para negócios, em áreas como: comercial, e-commerce, financeiro, gestão de pessoas, logística, marketing, operações, etc. Em 2019, a companhia foi escolhida pela revista americana Fast Company, referência em tecnologia, como a empresa mais inovadora do Brasil, e em 2020 atingiu a primeira posição em e-commerce no Brasil, sendo a maior varejista em bens duráveis.
Natura: Visão de Sustentabilidade 2050
A companhia brasileira é reconhecida como uma das empresas mais sustentáveis do mundo e a primeira no setor de cosméticos, segundo o Ranking Global 100. A empresa, além de ser carbono 100% neutro, isto é, tem toda a sua emissão de poluentes compensada, possui selos e certificados ecológicos que asseguram a ética e responsabilidade na produção de cosméticos.
Entre 2012 e 2020, a Natura gerou na região da Amazônia R$ 1,5 bilhão em volume de negócios, capital destinado à proteção contra a degradação florestal e ao apoio de milhares de famílias locais. Todas as práticas e projetos sustentáveis da empresa constituem a “Visão de Sustentabilidade 2050”, documento que reúne os compromissos e metas da companhia para um desenvolvimento sustentável até 2050.
Como implementar a sustentabilidade na sua empresa?
Segundo o IBGE, dentre cerca de 117 mil empresas com mais de dez pessoas ocupadas, 33,6% foram consideradas inovadoras entre 2015 e 2017. Destas, menos da metade investem em sustentabilidade ambiental.
Apesar do país apresentar avanços e diferentes referências de empreendedorismo sustentável, o engajamento ainda é pequeno e insuficiente frente a uma temática de tamanha relevância e urgência - e considerando, especialmente, o impacto dos negócios.
O “Guia dos ODS para empresas”, elaborado pelo Conselho Empresarial Brasileiro Para o Desenvolvimento Sustentável, destaca 5 passos centrais, com o objetivo de auxiliar empresas a maximizarem sua contribuição para a Agenda 2030 e os ODS.
1º Entender os ODS: Familiarização das empresas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e com a Agenda 2030, entendendo o que são, seus propósitos e importância. A internalização do tema pode ser feita por meio de palestras, aulas e cursos, engajando o ambiente de trabalho.
2º Definir prioridades: Os 17 ODS não são igualmente importantes para todas as empresas; assim, é necessário mapear a cadeia de valor e identificar os impactos potenciais - positivos ou negativos - que suas atividade comerciais possuem sobre cada um dos Objetivos.
3º Estabelecer metas: Após o mapeamento, a identificação de possíveis impactos e de quando poderão ser reduzidos ou evitados torna-se mais simples. Com isso, é possível estabelecer metas, prazos e o nível de ambição, além de anunciar o compromisso com os ODS.
4º Integração: Incorporar a sustentabilidade em todas as funções da empresa ou em negócios principais, nas diferentes áreas. A dedicação a parcerias, buscando ações compartilhadas para metas comuns, é de suma importância.
5º Relato e comunicação: Nesse processo de inovação, a transparência é primordial. Assim, é importante comunicar e relatar o progresso com as metas continuamente; além do interesse do consumidor pela informação, relatar avanços auxiliam na organização do processo.
Como a Domani pode ajudar?
Destacamos no texto a importância de provar ao consumidor valores éticos e responsáveis de uma marca ou empresa, como forma de atrair sua confiança e se destacar em meio à concorrência. Partindo desse princípio, a Domani Consultoria Internacional oferece, dentre outras soluções, a Promoção Comercial: serviço personalizado com o objetivo de promover seu produto no mercado internacional. Além de fornecer a prospecção de possíveis fornecedores ou compradores e outros insumos, o estudo tem como fundamento a compilação de informações sobre selos e certificados que agreguem valor ao produto, partindo do princípio de que essa é uma demanda do consumidor atual. A Domani tem como objetivo ser o farol para a internacionalização de empresas e será um prazer para nós prover todo o conhecimento necessário para a sua internacionalização.
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